Em um momento em que a crise econômica, somada à crise política, assombra grande parte dos brasileiros, muitas pessoas se questionam se esse é um momento adequado para adquirir imóveis por meio de financiamento bancário.
Para aqueles que possuem dinheiro, o momento é excelente para a aquisição de imóveis.
A crise financeira instiga a concorrência entre as construtoras, facilita a negociação e cria boas oportunidades para quem está nessa situação. O que poucos sabem, é que o momento de instabilidade econômica também representa uma oportunidade para aqueles que necessitam de um financiamento. Isso porque o mercado oferece taxas de juros mais atrativas, já que os bancos precisam fomentar o crédito, e é uma boa alternativa para quem quer se livrar do aluguel ou ter uma fonte de renda extra, alugando o bem imóvel.
Compreenda o impacto da taxa de juros
Ainda que os investimentos não sejam uma ciência exata, tendo em vista que os rendimentos são gerados com base em uma série de variáveis (como a inflação), o financiamento imobiliário ainda é muito atrativo. Considerando a taxa de juros de algumas linhas de financiamento, que giram em torno de 10% ao ano, ela é infinitamente inferior se comparada a taxas de cartão de crédito ou cheque especial, por exemplo. Isso ilustra que é preciso pagar um custo relativamente baixo para financiar um imóvel.
As taxas do financiamento de imóvel costumam ser corrigidos por uma taxa de juros pré-fixada e adicionadas de um índice de correção monetária, definidos na fase de simulação e análise do crédito. É comum que o indexador utilizado seja a Taxa Referencial (TR), que corrige a caderneta de poupança e o saldo do FGTS. O cálculo para definição da TR é realizado a partir da Taxa Básica Financeira (TBF), por meio de uma média das aplicações em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) emitidos pelas 30 maiores instituições financeiras do Brasil. Em algumas operações, é possível que sejam utilizados outros índices, tais como o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ou o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado). Entretanto, ao fim e ao cabo, a TR tem menos impacto na correção das operações se comparada ao IPCA ou ao IGP-M, por exemplo.
Isso significa que os financiamentos de imóveis que tem sua correção pela Taxa Referencial são mais imunes às oscilações da economia, ao passo que varia menos em tempos de instabilidade econômica do que aqueles índices que acompanham a inflação.
Entretanto, é preciso atentar para o fato de que os financiamentos atrelados à TR também podem ficar mais caros. Isso porque, em meio à crise financeira, é comum que o governo eleve a SELIC (taxa básica de juros da economia), a fim de conter a inflação. Como essa taxa é utilizada como referência para a remuneração dos investimentos e das operações de crédito, é possível que os juros pagos pelos CBDs também aumentem. Com a elevação dos juros dos CBDs, a Taxa Básica Financeira também tende a aumentar e, consequentemente, eleva-se a TR. Contudo, por mais que a alteração na TR aumente o valor das parcelas, esse valor não é tão impactante.
Dessa forma, ainda que o financiamento de imóveis possa ser muito positivo em tempos de crise, é necessário um cuidado extra com a taxa de juros que será contratada.
Dicas para quem quer financiar um imóvel.
Se você está pensando em adquirir um imóvel por meio de financiamento em meio à atual crise financeira, leve em conta os seguintes aspectos:
Sair do aluguel:
O financiamento pode ser atrativo para aqueles que vivem em imóveis alugados. Em diversas situações o valor do aluguel pode ser igual ou até mais alto do que uma parcela de financiamento. Ademais, com o financiamento, você tem a vantagem de pagar um valor mensal para aquisição de um imóvel próprio sem ter a sensação de que o dinheiro foi gasto sem que você tivesse qualquer retorno.
Cuidado com a dívida:
Tenha muito cuidado no momento de contratar um financiamento para que a parcela mensal não consuma mais do que 30% da sua renda. Um percentual superior a esse pode atrapalhar sua vida financeira e o coloca em risco de não conseguir cumprir com o pagamento das parcelas. Organize seu orçamento para contratar uma parcela que realmente consiga pagar e que ainda deixe espaço para economizar um valor para um momento de aperto.
Taxa de juros:
No momento de negociar a operação de crédito, busque contratar uma taxa de juros mais vantajosa em tempos de crise: a Taxa Referencial. Certamente é a que menos terá alterações e o deixará mais tranquilo em meio às oscilações do mercado.
Entrada:
Planeje-se para conseguir dar uma entrada no imóvel. Um bom valor de entrada lhe garante um prazo de financiamento menor, taxas de juros mais atrativos e o coloca em menor risco de inadimplência.
Adquira um imóvel que se encaixe na sua realidade:
Pense bem no imóvel que irá adquirir pois ele gerará outros custos que não estão cobertos pela parcela do financiamento. Por mais que um imóvel grande e com uma localização perfeita seja o sonho de todos, isso implica em altos custos de IPTU e nas contas de água e luz, por exemplo. Comece a formar seu patrimônio sem se frustrar, e trabalhe para um dia conquistar a casa dos sonhos, sem atropelos.
Imóvel na planta:
Sempre que adquirir um imóvel na planta, tome todas as precauções necessárias para avaliar se a construtora é idônea. Evite problemas no futuro realizando uma pesquisa prévia!
A busca pela realização do sonho da casa própria não precisa ser interrompida por conta da crise financeira. Tome os cuidados necessários e pense nesse momento como uma oportunidade de fazer um bom negócio!